A alopécia é cada vez mais comum e exige um tratamento ágil, antes que ela se torne um problema ainda maior na vida do indivíduo afetado.
Durante a vida é comum perdermos uma média entre 50 e 100 fios de cabelo por dia, pois eles possuem um ciclo de crescimento e desenvolvimento, como se fosse um ciclo de vida.
Acontece que uma grande perda de fios por dia, pode significar a presença de um problema de saúde mais grave, como algum tipo de alopécia e que se não tratada corretamente, pode resultar na calvície.
Saiba tudo sobre as alopécias abaixo.
O que são as alopécias
Alopécia é a expressão médica usada para definir a patologia caracterizada por uma intensa queda de cabelos, que pode resultar em seu afinamento e posterior calvície se não tratada corretamente.
Essa doença pode acometer pessoas de qualquer idade e afeta primeiramente o couro cabeludo, sendo capaz de interferir também no crescimento dos fios em outras partes do corpo como barba, cílios, sobrancelhas e pernas.
Existem vários tipos de alopécias e suas causas mais comuns estão associadas a alterações hormonais, hereditariedade, inflamações e até doenças sistêmicas como a diabetes.
Ciclo de vida dos fios de cabelo
Nossos fios de cabelo possuem um tempo de duração e geralmente passam por três fases durante seu ciclo de vida: a fase anágena ou fase de crescimento, a fase catágena ou fase de repouso e a fase telógena ou fase de queda.
Um ciclo de vida médio de um fio de cabelo dura aproximadamente de 2 a 7 anos. Cada fio nasce em uma estrutura presente nos folículos capilares chamada bulbo capilar, que pode ser considerada como uma “fábrica” de células, pois é onde ocorre a divisão celular.
À medida que as células capilares vão se dividindo e consequentemente vão nascendo mais células novas, as antigas vão sendo empurradas para fora do bulbo e crescem como uma haste capilar.
Geralmente nosso cabelo realiza este ciclo frequentemente, totalizando cerca de 20 ciclos durante a vida.
Fase Anágena
Durante a fase anágena ou fase de crescimento, a raiz dos fios estão em maior profundidade no couro cabeludo e as células estão se dividindo e formando novos fios no local.
Aqui, o fio de cabelo cresce aproximadamente 1 cm por mês e pode manter-se nessa fase ativa de crescimento entre três e seis anos.
Fase Catágena
Na fase catágena, também conhecida como fase de transição ou repouso, a divisão celular diminui, a raiz dos fios ficam um pouco mais superficiais e o cabelo se prepara para descansar e eventualmente cair.
Nessa fase, o fio de cabelo continua no folículo, mas para de crescer. Cerca de 3% do total dos nossos fios estão nesta fase.
Fase Telógena
A fase telógena ou fase de queda, é quando as células param de dividir e o folículo encontra-se muito superficial. É nesta fase que o cabelo cai e o ciclo capilar se reinicia.
Durante esse período, o folículo fica inativo por aproximadamente 3 meses e o todo o processo é repetido, começando novamente pela fase anágena. Um total de 6% a 8% dos nossos fios estão nesta fase.
Tipos de Alopécias
Existem diversos tipos de alopécias, cada um com uma causa e sintoma diferentes. Falaremos um pouco mais sobre os tipos mais comuns.
Tipos mais comuns
Os tipos mais comuns de alopécia são a Alopécia Areata, a Alopécia Androgenética ou Calvície, a Alopécia Cicatricial, a Alopécia Seborréica, a Alopécia de Tração, a Alopécia Total, a Alopécia Universal, o Eflúvio Anágeno e o Eflúvio Telógeno.
Alopécia Areata
A alopécia areata é uma doença inflamatória auto-imune, que ataca a raiz do fio de cabelo e causa sua queda.
Ela pode afetar pessoas de qualquer sexo e idade, atingindo regiões concentradas do corpo e gerando falhas circulares.
Sua causa ainda é desconhecida, porém muitos fatores podem provocar seu aparecimento, sendo os principais os fatores genéticos, auto-imunes e emocionais, além de traumas na região e infecções.
Alopécia Androgenética (Calvície)
Alopécia androgenética é o nome científico de calvície. Esse é o tipo mais comum de queda de cabelo, que atinge principalmente os homens e se intensifica com o passar dos anos.
É causada por motivos ligados à genética e também a uma reação à presença de hormônios masculinos, principalmente a testosterona.
Começa a se manifestar na região das têmporas, mais conhecidas como “entradas”, mas pode se espalhar por todo couro cabeludo.
Alopécia Cicatricial
A alopécia cicatricial é uma das formas mais raras de queda de cabelo e pode causar danos irreversíveis no couro cabeludo.
Essa doença causa a perda dos folículos pilosos, que são a estrutura responsável por fazer nascer e crescer os fios de cabelo, gerando ocasionalmente, cicatrizes sem pelos nas regiões afetadas.
Ela possui causas diversas, que variam de acordo com cada tipo:
- Alopécia cicatricial primária: pode ter origem congênita (herança dos pais), devido a distúrbios auto-imunes, infecções ou inflamações;
- Alopécia cicatricial secundária: pode ser resultante de uma queimadura, de alguma interação com produtos químicos, da exposição à radiação, da constante tração no couro cabeludo devido à alguns penteados, ou resultado de algum trauma, infecções, micoses ou tumores.
Alopécia Seborréica
A alopécia seborréica é um tipo de queda de cabelos que tem início nas laterais e na parte de trás da cabeça, acometendo principalmente os homens.
Se não tratada a tempo e corretamente, essa doença pode evoluir e atingir toda região do couro cabeludo.
Alopécia de Tração
A alopécia de tração é um tipo de queda de cabelos causada por penteados que puxam excessivamente o cabelo para trás.
Essa condição é mais comum em mulheres que usam cabelos presos por muito tempo, penteados com tranças muito apertadas ou dreadlocks.
Estes tipos de penteados acabam puxando muito os fios para trás, removendo as raízes do couro cabeludo, ocasionando eventual queda.
Alopécia Total
Esse tipo de alopécia pode afetar tanto homens quanto mulheres, sendo uma condição que leva a perda de praticamente todos os fios de cabelo do couro cabeludo.
Uma das causas da alopécia total está ligada a fatores genéticos, mas também pode ter fundo emocional.
As chances de tratar esse tipo de queda de cabelo são pequenas, embora em alguns casos, se tratada precocemente, os folículos capilares tendem a crescer de novo.
Alopécia Universal
A alopécia universal é o tipo mais grave de alopécia total. Essa patologia pode ocasionar, além da perda dos fios de cabelo, a perda de todos os pelos do corpo, como sobrancelhas, cílios e pêlos pubianos.
É uma condição causada por uma mutação cromossômica e não possui cura, mas em alguns casos, é possível observar o crescimento natural do cabelo.
Eflúvio Anágeno
O eflúvio anágeno é um tipo de calvície caracterizada pela queda repentina dos fios e pode ser provocada por agressões de agentes internos ou externos ao folículo capilar.
Essa queda dos fios é intensa e acontece num curto espaço de tempo, reduzindo bastante o volume do cabelo. Pode ser causada devido a alguma inflamação, infecção ou uso de medicamentos.
Eflúvio Telógeno
O eflúvio telógeno é uma patologia que pode ser identificada através de uma queda de cabelo além do normal, observada no dia a dia. Sua ocorrência é mais comum em mulheres.
Pode ter sua causa associada a diversos fatores como a alguma doença, ao parto, a uma cirurgia, a uma dieta radical, a um grande estresse, a desnutrição ou a baixa vitamina D e ferro, entre outros.
Causas das alopécias
Conforme dito anteriormente, os diversos tipos de alopécias possuem causas variadas. Listamos as mais comuns:
- Micoses ou inflamações no couro cabeludo;
- Fatores genéticos;
- Uso de alguns tipos de medicamentos;
- Estresse;
- Reação hormonal pós parto;
- Uso prolongado de produtos químicos inadequados;
- Lúpus eritematoso sistêmico;
- Doenças como hipotireoidismo, hipertireoidismo, sífilis secundária ou líquen plano;
- Deficiência de algumas substâncias em nosso organismo como proteínas, ferro, biotina e zinco.
Além das causas listadas acima, alguns tipos de câncer também podem favorecer a queda de cabelo, como o câncer de pele, por exemplo.
Protocolos de tratamento
Seguem abaixo alguns protocolos de tratamento existentes para combater os muitos tipos de alopécias.
Tricoscopia Capilar e o diagnóstico
A tricoscopia digital é um exame realizado com um equipamento óptico chamado dermatoscópio, que possibilita uma observação minuciosa do couro cabeludo e dos fios de cabelo através da geração de uma imagem aumentada do local.
Esse tipo de exame consegue analisar profundamente a estrutura do cabelo e assim diagnosticar doenças como dermatites e alopécias, além de permitir ao médico verificar a resposta e os resultados dos tratamentos realizados.
O exame de tricoscopia digital é indicado para pacientes de ambos os sexos e em qualquer idade, incluindo gestantes que estejam observando alterações no couro cabeludo e principalmente queda acentuada dos fios de cabelo.
Medicamentos
Estudos revelam a efetividade do uso de alguns medicamentos orais para a melhoria do crescimento e da nutrição capilar. Dentre os mais prescritos estão:
- Finasterida;
- Espironolactona;
- Cetoconazol;
- Alfaestradiol;
- Acetato de ciproterona.
Lembrando que qualquer tipo de medicamento para alopécia deverá ser prescrito por um profissional especializado.
Mesoterapia
A mesoterapia é uma técnica utilizada principalmente para o tratamento da queda de cabelo crônica.
Nesse procedimento, o médico injeta manualmente a medicação selecionada com agulhas bem finas diretamente no couro cabeludo do paciente no local a ser tratado.
Através desta técnica é possível, além de fortalecer o bulbo, estimular o crescimento ou aumentar a resistência dos fios.
MMP
O MMP ou Microinfusão de Medicamentos na Pele é uma técnica bastante utilizada no controle da alopécia.
Neste procedimento, o médico utiliza uma máquina com muitas microagulhas para inserir medicamentos ativos diretamente no local do couro cabeludo onde existe a queda dos fios.
Com uma ação 2 em 1, as agulhas da microinfusão de medicamentos na pele além de aplicar o medicamento adequado de maneira uniforme no couro cabeludo, também conseguem estimular um aumento na produção natural de fatores de crescimento dos fios de cabelo.
Preço do tratamento
O preço de um tratamento para alopécias pode variar de acordo com o problema a ser tratado e com o objetivo do paciente.
O número de sessões e o protocolo a ser utilizado também são variáveis e ficarão sujeitos a alguns fatores que deverão ser avaliados com cuidado por um profissional especializado.
Os procedimentos devem ser realizados em consultórios ou clínicas dermatológicas, por profissionais especializados, com ampla experiência e conhecimento na área.
Onde tratar alopécias no Rio de Janeiro
Dr. Tiago Silveira é dermatologista, especialista titular pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e pelo MEC ha mais de 10 anos.
Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com residência médica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi preceptor/coordenador de ambulatórios de atendimento em dermatologia geral e cosmiatria do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay (IDPRDA) – Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
É autor de artigos científicos, capítulos de livros de Dermatologia e participante ativo na comunidade médica, apresentando aulas e trabalhos em cursos de atualização, congressos e jornadas científicas.
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